Clubes de Campinas suspendem venda de bebidas destiladas após casos de intoxicação por metanol

  • 01/10/2025
(Foto: Reprodução)
Intoxicação por metanol: Sindicato de Clubes recomenda suspensão da venda de destilados Dois clubes de Campinas (SP) anunciaram a suspensão temporária da venda de bebidas destiladas entre seus associados após os casos de intoxicação por metanol pelo consumo de bebida alcoólica adultera. A medida já foi confirmada pelo Tênis Clube de Campinas e a Sociedade Hípica de Campinas, que seguem recomendação do Sindiclubes, entidade que representa associações e clubes sociais do estado. Segundo o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional), o Brasil registrou 41 notificações de intoxicação por metanol, até esta quarta (1º) - desses, 37 são em São Paulo — sendo 10 casos confirmados de intoxicação por metanol em bebida e 27 em investigação quanto à origem da contaminação — e 4 em investigação em Pernambuco. Foi registrada uma morte em São Paulo, enquanto outras sete seguem em investigação, cinco em São Paulo e duas em Pernambuco. 📱 Baixe o app do g1 para ver notícias da região em tempo real e de graça Clube de Campinas (SP) segue recomendação do Sindiclubes e anuncia suspensão da venda de bebidas destiladas aos associados após casos de intoxicação por metanol registrados no estado de São Paulo Reprodução/EPTV “Recomendamos que os clubes suspendam, de forma preventiva e temporária, a venda de destilados, até que haja maior clareza sobre a origem do problema e a definição de medidas seguras para sua resolução”, diz o comunicado do Sindiclubes. De acordo com a entidade, a recomendação busca não apenas reduzir riscos à saúde dos consumidores, mas também resguardar a imagem das instituições. Metanol em bebidas: só teste de laboratório pode detectar Vodca por sonda como tratamento? O uso de vodca por sonda, aplicada no hospital, já serviu como antídoto emergencial no tratamento de intoxicação por metanol. A informação foi confirmada pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp, que explicou que a manobra serve para "ganhar tempo" até o uso das substâncias indicadas para esses casos. Nesta terça, o centro da Unicamp apontou que o Brasil não tem estoque suficiente de antídotos para tratar casos de intoxicação por metanol. O governador de São Paulo anunciou que foram confirmadas cinco mortes por intoxicação por metanol. Uma delas já foi comprovadamente causada pelo consumo de bebida alcoólica adulterada. As outras quatro seguem sob investigação. Segundo os médicos, o fomepizol é o antídoto mais eficaz contra a intoxicação por metanol, e o etanol também é usado em emergências. Os dois atuam inibindo a ADH (álcool desidrogenase), enzima que, durante a metabolização no fígado, transforma o metanol em formaldeído e o converte em ácido fórmico – verdadeiro responsável pelas reações graves. No entanto, na falta dessas substâncias, a vodca, por conta do teor alcoólico, já foi administrada por sonda até a equipe médica iniciar o tratamento recomendado - entenda abaixo o motivo ⬇️ "Nós tivemos alguns desses casos que o hospital de origem não dispunha do álcool absoluto, esse álcool apropriado para iniciar o tratamento. Então, eles começaram com a vodca, pela sonda, que é o produto que leva até o estômago. A vodca foi usada para ganhar tempo", explicou Camila Prado, médica do CIATox. Vodca por sonda já foi usada em hospitais contra intoxicação por metanol; entenda 🔎 O que é o metanol? É uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação. A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol podem causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e até levar à morte. Por que a vodca? A médica Camila Prado, do CIATox, explica que o fígado metaboliza primeiro o etanol, deixando o metanol “de lado”. Isso dá tempo para que os rins eliminem o metanol do organismo. “É como se o etanol deixasse o fígado ocupado com uma outra substância e não transformasse o metanol", alerta. Sem o etanol puro para o tratamento indicado, hospitais já recorreram a vodca, aplicada por sonda. A escolha por esse tipo de bebida leva em consideração o seu teor alcoólico e o fato que ele não costuma variar entre marcas, o que torna os cálculos para a sua aplicação mais precisos. "O esperado é que a vodca tenha 40% de álcool. Uísque e cachaça também poderiam ser usados, mas a porcentagem de etanol varia mais nessas bebidas e os cálculos não seriam tão precisos. E nós fazemos um cálculo cuidadoso, que leva em conta a diluição e o peso do paciente", detalha a médica. Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano. Arte/g1 Fomepizol: antídoto mais eficaz Segundo o médico toxicologista Eduardo Mello de Capitani, da Unicamp, o fomepizol é considerado o melhor antídoto para o tratamento por ter poucos efeitos colaterais. "Ele vai direto na inibição da enzima que transforma o metanol em ácido fórmico, que é o agente tóxico. Ele inibe essa enzima de forma muito eficiente", diz. De acordo com o toxicologista, o medicamento é aplicado pela veia, normalmente "com uma dose de ataque" e, depois, mais duas doses. O fomepizol é um medicamento utilizado como antídoto nos casos de intoxicação por metanol, etilenoglicol e dietelinoglicol. Ele não está disponível no Brasil, embora conste na lista de antídotos dos medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele precisa ser importado. Etanol tem efeito mais lento O etanol tem a mesma função do fomepizol: impedir que o metanol seja convertido em ácido fórmico. No entanto, por manter o paciente em estado de embriaguez, o efeito é mais lento. "O etanol é um antídoto, mas, na dose que a gente usa para tratar, ele também está em um nível tóxico. A pessoa fica bêbada sendo tratada. É um tratamento eficiente, que demora mais tempo para fazer efeito", afirma Capitani. O toxicologista ressalta que o etanol utilizado nos tratamentos em ambiente hospitalar, chamado de absoluto ou puro, não é uma substância normalmente disponível nas redes de emergência. "Nós temos aqui na nossa farmácia e acaba fornecendo isso. Estoque suficiente só tem no CIATox [...] você tem que diluir para dar na veia, pode ter efeitos de posologia. Exatamente por isso, o fomepizol é uma apresentação farmacêutica mais precisa, mais ágil e mais segura", completa. LEIA TAMBÉM Governo de SP e PF divergem sobre suspeita de envolvimento do PCC em adulteração de bebida com metanol Intoxicação por metanol: veja o que se sabe e o que falta saber O metanol não se destina ao consumo humano — e é altamente tóxico Adobe Stock VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/10/01/clubes-de-campinas-suspendem-venda-de-bebidas-destiladas-apos-casos-de-intoxicacao-por-metanol.ghtml


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